Autor: Paulo Vila
“O reformismo é umha maneira que a burguesía têm de enganar aos obreiros, que seguirám sendo escravos assalariados, pese a algumhas melhoras isoladas, enquanto subsista o domínio do capital.
Quando a burguesia liberal concede reformas com umha mao, sempre as retira com a outra, reduce-as a nada ou utiliza-as para subjugar os obreiros, para dividi-los em grupos, para eternizar a escravidom asalariada dos trabalhadores. Por isso o reformismo, aínda que seja sinceio, transforma-se num instrumento da burguesia para corromper os operários e reduzí-los a impotência. A experiência de todos os países monstra que os obreiros saírom burlados sempre que se confiárom aos reformistas”.
V. Lenine. Marxismo e reformismo, 1913.
A certeira análise sobre o reformismo do revolucionário russo e principal referente da luita operária, segue atualmente completamente vigente. É primordial para compreender o papel que cumpre esta corrente como ferramenta da burguesia, altamente funcional para adormecer o povo trabalhador e eliminar toda consciência de classe.
A crise pola que atravessa o reformismo, tanto na Galiza como no resto do Estado espanhol, demonstra a ineficácia de estas forças políticas para defender os interesses da classe trabalhadora e lograr tombar o atual regime postfranquista do 78.
A irrupçom da “nova política” no paronama político do Estado espanhol, com o apoio dos meios de des-infomaçom burgueses, gerou un falso ilusionismo eleitoral entre as massas. Podemos, a nova força política que ia “tomar o céu por assalto”, predicava que se ganhava as eleiçons, lograria mudanças importantes para a classe trabalhadora perante a situaçom que padece polas políticas neoliberais implementadas polos partidos do regime (PP e PSOE), com a fraudulenta palavra de ordem de “democratizar” as instituiçons burguesas.
A renúncia ao seu programa eleitoral, apoio às organizaçons do imperialismo (UE e a NATO), o lavado de face ao PSOE ou o ambíguo discurso perante a agressom imperialista que sofre a Venezuela bolivariana neste últimos días, nom deixam lugar a dúvidas.
Como mui bem apontava o líder da revoluçom bolchevique, Lenine, o reformismo e a socialdemocracia som mui úteis para a burguesia à hora de embaucar o movimento operário. A nova socialdemocracia espanhola conseguiu desmobilizar a populaçom agredida polas políticas ultraliberais, afastá-la da luita nas ruas.
Estas forças abducidas polo eleitoralismo e o parlamentarismo, legimitam ao Estado com o falaz relato de que a única vía possível é a de ganhar as eleiçons burguesas. Assim poderiam-se atingir “mornas” reformas. Objetivos que nom suponhem nenhum tipo de perigo nem para os interesses da oligarquía, nem para o seu Estado.
A confrontaçom entre os dous principais impulsores de Podemos, Pablo Iglesias e Iñigo Errejón, após a rutura consumada no II congresso em Vistalegre, junto as recentes deserçons de destacados membros da organizaçom, demonstram a fragilidade e a falta de coessom da formaçom a volta de um programa político de classe.
A direçom de Podemos, encabeçada por meros oportunistas, foi-se afastando dos objetivos iniciais e da maioria da populaçom que afirmam defender, até converter-se noutro partido mais do regime. Nom aspiram a mais que a ser um partido chave para cogovernar com o PSOE.
As disputas internas entre o seus líderes, o fracasso eleitoral na Andaluzia, e os privilégios atingidos polas suas élites nas instituçons, geram confusom e malestar entre a classe trabalhadora que considerou a nova socialdemocracia umha alternativa real de transformaçom.
A desilusom promovida pola incompetência das forças socialdemocratas só beneficia os setores mais reacionários. Esta frustaçom pode provocar que umha parte significativa da populaçom remate nas maos da ultradereita. Os fracassos do reformismo beneficiam ao fascismo sem complexos que pouco a pouco vai ocupando cada vez mais espaços.
Na Galiza, acontece algo mui semelhante com as liortas internas entre o diferentes setores pequeno-burgueses no seio de “En Marea”.
As frentes interclassistas, essa mistura de organizaçons carentes de umha linha anticapitalista e de classe, articuladas num espaço comum, meramente institucional para confrontar o PP, e nom ao Estado e ao sistema capitalista, som umha auténtica farsa. Essa aglutinaçom de forças todo tipo, chauvinistas espanholas,
socialdemocratas, trotskistas, centristas, autonomistas galegas…etc, nom som ferramenta algumha para organizar a luita e construir umha alternativa aos problemas que sofre classe trabalhadora galega.
Nada podemos esperar de organizaçons carentes de vontade para acumular forças visada a luitar pola rutura do regime postfranquista espanhol.
En Marea, igual que o reformismo autótone do BNG, só pretende ocupar espaço institucional insistindo em que é possível mudar o sistema sem confrontaçom e sem mobilizaçom popular. Estas duas alternativas de «esquerda» nom passam de ser mais que meras maquinárias eleitorais.
A saída nom a vamos encontrar nas instituiçons do inimigo. A alternativa à perda permanente de direitos e liberdades, nom se acha em urnas, nem em movimentos interclassistas e pacifistas, incapaces de quebrar com o atual quadro constitucional do regime de 78.
A principal tarefa e repto da nossa classe segue sendo a necessidade de reconfigurar a esquerda revolucionária e patriótica galega sob a fórmula da Unidade Popular.
Do contrário, perante a claudicaçom da esquerda domesticada, seguirám criando-se as condiçons para o auge e avance do fascismo como já acontece tanto no Estado espanhol coma no resto da Europa, e por tanto para mais derrotas, plasmadas na perda de direitos e liberdades.