Autor: Paulo Vila
Nos últimos anos podemos observar tanto na Europa coma na Latinoamérica como o auge do fascismo está a converter-se numha ameaça tam perigosa que sería umha irresponsabilidade ignorá-la.
Após dous anos, em práticamente todos os países europeus, os fascistas começárom a reorganizar-se em partidos políticos, participar nas tertúlias políticas nos meios de des-informaçom da burguesia, empregando um discurso ultranacionalista, racista e xenófobo e incluso chegando a alcançar o poder político em alguns países.
Países coma Suécia, o partido nazi (Demócratas Suecos), Grécia (Aurora Dourada) ou na França (Frente Nacional), as forças reacionárias estam às portas do governo, na Alemanha (Alternativa para Alemanha), os fascistas manifestan-se nas ruas contra os inmigrantes, fomentando o ódio contra este coletivo e chegando a efetuar açons violentas contra eles. Noutros países coma Hungría, Polónia e Itália os partidos de ultradireita avançam também com força.
Mas o caso máis destacável na Europa é o de Ucránia, onde os nazis levam no poder dende o 2014 mediante um golpe de estado apoiado pola UE e os EUA. Neste país o Partido Comunista está ilegalizado e assassinam-se antifascistas, enquanto o resto de países olham face outro lado.
Do mesmo jeito acontece em Latinoamérica onde em países como o Brasil, o candidato de ultradireita e ex-militar, Jair Bolsonaro, pode chegar a converter-se em presidente.
É a propia democracia burguesa e o capitalismo os que conducem inevitavelmente a reaçom e ao fascismo. Podemos comprobar na maioría de países europeus, como os fascistas organizan-se (amparados polas forças repressivas e financiados polos própios Estados) atingindo rápidamente o aceso aos meios de comunicaçom burgueses, introducindo um discurso falso para dividir a classe operária e assim obter representaçom nas instituçons burguesas.
No Estado espanhol o fascismo nunca se foi, seguiu no poder após o lavado de cara na “transiçom” com a cumplicidade do PSOE e do PCE. Mantivo-se presente no poder judicial, legislativo, nos altos mandos das forças armadas, nas forças repressivas, nos meios de comunicaçom, na hierarquia católica, etc.
Após a “transiçom” o fascismo estivo durante décadas à expetativa, nom necessitava mostrar a sua natureza já que estava relativamente cómodo. Embora no atual contexto marcado polo questionamento da monarquía e avanço do independêntismo na Catalunha, o Estado espanhol, perante esta ameaça, fomenta de novo esse fascismo latente, tanto a nivel institucional (viragem de extrema-direita do PP, neofalangismo laranja ou VOX), coma nas ruas, onde as hordas fascistas co apoio das forças policiais golpeiam a manifestantes ou atacam as sedes dos partidos indepedentistas com total impunidade.
Enquanto, a «esquerda» reformista segue instalada na institucionalidade, como se nada acontece-se. Dende a irrupçom da “nova política” nas Cortes Espanholas, valeirou as ruas promovendo o falso relato que é possível democratizar umhas instituçons pertencentes a burguesia, abandonou a linguagem “revolucionária” por umha linguagem trasversal e postmoderna e é responsável de que espaços que históricamente pertencem ao movimento operário rematem nas maos do fascismo.
É pois a socialdemocracia com o seu falaz discurso de reformar o sistema criminal capitalista, quem abre as portas aos fascistas após os seus estrepitosos e anunciados fracasos.
Desmascarar ao reformismo e a socialdemocracia é umha tarefa tam importante, para as forças revolucionárias, como é combater o fascismo nas ruas de forma permanente, sem vacilaçons, nem dúvidas.
Ante a perigosa deriva reacionária do Estado Espanhol, dende a esquerda revolucionária, consideramos prioritário a articulaçom dum bloco popular antifascista para fazer-lhe frente a besta fascista de maneira eficaz, mas nom para defender a ditadura do capital, nem a democracia burguesa, senom co objectivo de contruir umha alternativa socialista ao capitalismo.
A luita contra o fascismo deve ir ligada a luita contra o sistema capitalista. Eis a causa pola que, ao nosso juízo, entendemos que deve ser de máxima importância a creaçom dum espaço de luita anticapitalista e anti-imperialista.
“¿De que serve dizer a verdade sobre o fascismo que se condena, senom se di nada sobre o capitalismo que o origina?” Bertolt Brecht